O cuidado farmacêutico na depressão se inicia pelo acolhimento ao paciente, etapa de fundamental importância, para que seja consolidada uma relação de confiança entre o profissional farmacêutico, o paciente e seus familiares.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) a depressão é considerada o “Mal do Século”. As características mais comuns, de um quadro depressivo, são: a presença de tristeza, pessimismo, baixa autoestima, que podem surgir de forma isolada, ou em conjunto, e aparecem com certa frequência.
É de conhecimento da literatura médica e científica mundial que os transtornos depressivos são capazes de desencadear alterações fisiológicas no organismo e, dessa forma, facilitam o aparecimento de outras patologias.
No Brasil, tendo em vista o cenário atual, onde de acordo com o Ministério da Saúde, 12% da população necessitam de atendimento em saúde mental, o cuidado farmacêutico tem se destacado.
A procura pela classe de medicamentos que tratam a depressão teve um aumento significativo nos últimos dois anos, e diante desse contexto, o serviço de cuidado farmacêutico encontrou uma oportunidade de promover ao paciente o acesso ao acompanhamento em saúde.
O acompanhamento farmacêutico tem se tornado uma etapa importante do processo de cuidado ao paciente, uma vez que, dentro de suas atribuições, o farmacêutico pode contribuir de maneira assertiva para a eficácia e segurança do tratamento, promovendo para o paciente uma educação em saúde, e trazendo a solução para as problemáticas relacionadas a medicamentos.
Ainda nesse contexto o farmacêutico tem a responsabilidade de esclarecer toda e qualquer dúvida que o paciente possa apresentar sobre o tratamento e outras condições clínicas, orientar sobre o uso correto dos medicamentos, entender as principais queixas e com isso elaborar um plano de cuidado que resulte em uma melhor qualidade de vida para o paciente.
Principais etapas do processo de cuidado farmacêutico
O cuidado farmacêutico se inicia pelo acolhimento ao paciente, etapa de fundamental importância, para que seja consolidada uma relação de confiança entre o profissional farmacêutico, o paciente e seus familiares. A partir disso, é de responsabilidade do farmacêutico entender qual o cenário atual da condição de saúde do seu paciente e elaborar um plano de cuidado.
Para que se tenha resultados positivos o plano de cuidado precisa estabelecer uma jornada para o paciente, na qual o profissional de saúde vai identificar quais têm sido os pontos cruciais do tratamento e o decorrer da condição clínica.
Antes que se faça a definição do plano de cuidado, é importante que se tenha em mente que o tratamento dos transtornos depressivos vai muito além do uso de medicamentos. É necessário que o paciente tenha uma rotina alimentar saudável, pratique exercícios físicos e esteja em acompanhamento multiprofissional.
Durante a jornada do cuidado farmacêutico alguns recursos podem auxiliar na conduta profissional:
- Anamnese,
- questionário de saúde do paciente (PHQ-9),
- da prescrição de medidas não farmacológicas,
- orientação ao paciente,
- encaminhamento a outro profissional de saúde, se necessário.
- Todos esses recursos são encontrados na plataforma de serviços farmacêuticos da Clinicarx.
O acompanhamento farmacêutico tem como objetivo a melhora da qualidade de vida do paciente com depressão, e sendo assim, se dará através do agendamento de consultas de retorno, nas quais serão avaliadas as questões sobre a adesão ao tratamento, possíveis interações medicamentosas, efeitos adversos e ainda se o paciente possui alguma queixa, na qual o farmacêutico possa intervir.
Partindo-se desse levantamento, elabora-se um novo plano de cuidado e retorna com o paciente para avaliação em um determinado intervalo de tempo.
A importância do cuidado farmacêutico na depressão
O papel do farmacêutico no cuidado ao paciente com depressão está intimamente relacionado ao acompanhamento da farmacoterapia, de forma que o profissional da saúde possa assegurar que o tratamento alcance o resultado desejado, mas claro, não é só isso.
É importante que se tenha conhecimento de todos os aspectos relacionados à melhoria da qualidade de vida do paciente.
Para isso, é imprescindível um reposicionamento do farmacêutico no âmbito da saúde mental, contribuindo de forma ativa e em parceria com outros profissionais da saúde, uma vez que as orientações farmacêuticas permitem um avanço significativo no tratamento, e consequentemente melhoram as condições de vida do paciente.
Cuidados farmacêuticos com o paciente em tratamento para transtorno depressivo
Por se tratar do profissional de saúde mais acessível a toda a população, o farmacêutico tem a oportunidade de trazer, para os portadores de transtornos depressivos, informações relacionadas aos hábitos de vida saudáveis e qual a importância de se praticar exercícios físicos e ter uma alimentação adequada.
Em paralelo deve-se esclarecer as dúvidas sobre os medicamentos que fazem parte do tratamento, informar e elucidar sobre outras condições clínicas que o paciente tenha diagnóstico.
Ainda cabe ao farmacêutico, na prestação de cuidados ao paciente, identificar possíveis interações medicamentosas que, porventura, possam interferir no resultado do tratamento, fazendo com que o paciente não tenha adesão ao uso dos medicamentos e com isso, ocorra um agravamento da depressão.
O cuidado farmacêutico, portanto, está ligado ao acompanhamento do paciente, sendo extremamente importante que o profissional de saúde faça consultas recorrentes para conduzir o plano de cuidado e tomar as condutas necessárias, dentro das suas atribuições profissionais.
Como acolher seu paciente
O passo mais importante e que vai estabelecer uma relação de confiança, respeito e comprometimento é o acolhimento do paciente. Nessa etapa é de fundamental importância que o farmacêutico demonstre, acima de tudo, profissionalismo, interesse, aceitabilidade e responsabilidade com as necessidades do paciente.
Esse acolhimento é o início da jornada de acompanhamento que o paciente irá percorrer enquanto usuário do serviço farmacêutico. É nesse momento que o profissional de saúde precisa demonstrar empatia, e se colocar no lugar do outro para que não ocorra nenhum tipo de julgamento.
A fim de proporcionar um acolhimento efetivo e de qualidade, e ainda, para que seja construída uma relação terapêutica confiável, o farmacêutico precisa desenvolver habilidades de comunicação verbal e não verbal, para que o paciente se sinta à vontade durante a consulta.