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O termo Flurona tem sido utilizado para descrever a coinfecção pelo vírus da COVID-19 e da Influenza, popularmente conhecida como gripe.
Embora seja um termo bem difundido, principalmente pela mídia, especialistas recomendam a não utilização desse termo para evitar confusões que podem ser provocadas por pessoas que entendem que se trata de um novo vírus.
Na realidade, a palavra Flurona se refere aos casos de infecção simultânea ou coinfecção pelo vírus SARS-CoV-2 e pelo vírus Influenza.
Diferenças entre COVID-19 e Influenza
Influenza (gripe) e COVID-19 são doenças respiratórias contagiosas, mas são causadas por vírus diferentes. A COVID-19 é uma doença causada pelo vírus SARS-CoV-2 e a gripe ou influenza é uma doença causada pelo vírus Influenza.
Variantes do Vírus da COVID-19
Desde o início da pandemia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e centros de pesquisa estão monitorando o SARS-CoV-2 com o objetivo de identificar mutações que podem resultar em maiores riscos para a população.
Durante essa monitorização, algumas variantes já foram nomeadas como Variantes de Preocupação e são acompanhadas por cientistas.
Desde o final de novembro de 2021, a variante Ômicron segue em destaque e tem sido associada ao aumento exponencial de novos casos COVID-19. No Brasil, a variante tem provocado recorde de casos registrados em 24 horas.
Vírus da Influenza
Existem dois tipos principais de vírus da Influenza: os tipos A e B. Esses dois tipos são responsáveis por epidemias de gripe sazonal a cada ano.
Recentemente, a cepa Darwin (descoberta na Austrália) faz parte do tipo A (H3N2) e foi identificada como responsável pelo aumento atípico de casos de gripe no Brasil.
Vírus da COVID-19 + Vírus da Influenza em circulação – “Flurona”
O cenário com dois vírus altamente transmissíveis se propagando simultaneamente favoreceu para que pessoas fossem co-infectadas pelo SARS-CoV-2 e Influenza, ocasionando o que inicialmente foi denominado Flurona.
Transmissão
O vírus da gripe e o vírus da COVID-19 são transmitidos por gotículas e aerossóis liberados quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou fala. Essas gotículas contendo vírus podem atingir os olhos, nariz ou a boca de pessoas que estão próximas e infectá-las.
Em algumas circunstâncias, como em ambientes fechados com ventilação insuficiente, pequenas partículas podem se espalhar por mais de 1 metro e provocar infecções.
Esses vírus, ainda, podem se espalhar se uma pessoa tocar uma superfície contaminada com um dos vírus e, em seguida, tocar a boca, o nariz ou os olhos sem higienizar as mãos.
Importância do diagnóstico diferencial
Tecnologias para rastrear e auxiliar o diagnóstico são especialmente importantes quando existem doenças com sinais e sintomas semelhantes acometendo a população.
Diferenciar o quadro de gripe e COVID-19 ou identificar uma co-infecção é essencial para o profissional da saúde ter o resultado em mãos e adotar uma conduta adequada e orientada.
Especialistas afirmam que uma co-infecção não é necessariamente mais perigosa para o paciente. No entanto, é necessário ficar atento aos grupos de risco de ambas as doenças.
Idosos e aqueles com condições subjacentes (por exemplo, doença cardiovascular, pulmonar ou renal) são considerados com maior risco de complicações associadas à COVID-19 ou influenza. Além disso, indivíduos imunocomprometidos também apresentam maior risco para desenvolver um quadro grave da COVID-19.
Os testes rápidos para ambos os vírus permitem, particularmente em grupos de alto risco, estratégias direcionadas e assertivas para o quadro clínico do paciente.
Tratamento
No caso de sintomas leves da COVID-19, indica-se repouso, ingestão de líquidos e medidas para aliviar sinais e sintomas, como, por exemplo, uso de antitérmicos e analgésicos.
Nos casos de maior gravidade, como dor no peito ou falta de ar, recomenda-se atendimento médico para reavaliação do quadro e verificação da necessidade de outras intervenções.
Para o tratamento da gripe, ainda não existem medicamentos que tenham demonstrado bons resultados no combate aos vírus Influenza, por isso o tratamento é direcionado para alívio de sinais e sintomas.
No entanto, o Protocolo de Tratamento de Influenza do Ministério da Saúde indica, além do tratamento sintomático e hidratação, o uso do fosfato de Oseltamivir (Tamiflu®) ou o zanamivir (Relenza®) a todos os casos de Síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e aos de Síndrome Gripal (SG) que tenham condição ou fator de risco para complicações.
Vacinação contra COVID-19 e Influenza
A vacinação é um recurso extremamente importante e eficaz para mitigar a carga geral de doenças respiratórias.
Inicialmente, o Ministério da Saúde tinha recomendado um intervalo mínimo de 14 dias entre a vacina contra a COVD-19 e a vacina contra Influenza. No entanto, desde setembro, o Ministério da Saúde autoriza que as vacinas sejam aplicadas no mesmo dia ou em qualquer intervalo.
A vacina com nova cepa (H3N2) da influenza já está sendo produzida pelo Butantan e estima-se que 80 milhões de doses da vacina sejam distribuídas no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2022.
A vacinação contra a COVID-19, por sua vez, continua em progresso em todo o território brasileiro.
Medidas de cuidado para evitar a coinfecção pelo vírus da Influenza e da COVID-19
Devido ao fato de que os vírus que ocasionam as duas doenças terem o mesmo modo de transmissão, as políticas de distanciamento social projetadas para limitar a transmissão do vírus da COVID-19 também são eficazes contra o vírus da gripe.
Além disso, o Ministério da Saúde recomenda as seguintes medidas:
- Realizar lavagem frequente das mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes;
- Utilizar máscaras corretamente, cobrindo o nariz e o queixo, em locais públicos, abertos ou fechados;
- Manter o distanciamento mínimo de um metro de outras pessoas;
- utilizar lenço descartável para higiene nasal;
- Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
- Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca sem higienizar as mãos;
- Higienizar as mãos com frequência com água e sabão ou álcool em gel, principalmente após tossir ou espirrar;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
- Manter os ambientes bem ventilados;
- Vacinar-se contra a COVID-19 e a gripe.