O teste de HIV na farmácia é um grande aliado na luta contra a AIDS. O tratamento precoce pode contribuir para que a pessoa viva anos sem complicações relacionadas à infecção. O TLR avalia qualitativamente a presença de anticorpos circulantes do HIV.
A acessibilidade de teste de HIV na farmácia apresenta uma oportunidade única para os farmacêuticos contribuírem para o rastreamento e oportuno encaminhamento de pessoas sem diagnóstico.
O vírus HIV é o causador da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) e pode ser transmitido pelo contato com sangue, sêmen ou fluidos vaginais infectados.
Segundo o UNAIDS, cerca de 6 milhões de pessoas não sabiam que estavam vivendo com HIV em 2021 e cerca de 1,5 milhões de pessoas foram infectadas por HIV em 2021.
Esses dados demonstram a necessidade de ações e acessibilidade para encorajar pessoas que estão em risco substancial de HIV a realizar o teste com mais frequência.
Apesar da infecção pelo vírus ainda não ter cura, se o tratamento adequado for instituído precocemente, a evolução da infecção é lenta, e a pessoa pode viver anos sem complicações relacionadas à infecção.
Se todas as pessoas com HIV estiverem cientes de sua infecção e receberem o tratamento que precisam, infecções por HIV serão bastante reduzidas.
A possibilidade de realizar o autoteste em casa ou o teste de HIV nas farmácias contribui para tornar o teste simples, acessível e rotineiro.
O papel do teste de HIV na farmácia
Diferente dos autotestes, a realização do teste de HIV na farmácia para detecção qualitativa de anticorpos circulantes do HIV permite ao paciente receber um atendimento conduzido por um profissional de saúde, orientações e cuidados de forma mais assertiva e eficaz.
Existem dois tipos de teste de HIV na farmácia
- Pesquisa de anticorpos em sangue total (amostra do sangue total obtido por punção capilar);
- Pesquisa de anticorpos em amostra de saliva obtida com swab oral.
Tendo o resultado em mãos e analisando as condições clínicas apresentadas pelo paciente, é possível realizar a orientação e/ou encaminhamento mais adequado, facilitando a tomada de decisão.
Para quem é o Teste Rápido?
- Indicado como rastreamento em pacientes com sinais e sintomas sugestivos de infecção por HIV, como: febre, diarreia, mal-estar, dor de garganta, dor muscular, cansaço, suores noturnos, entre outros.
- Para pessoas assintomáticas com fatores de risco ou exposição de risco há pelo menos 30 dias: sexo desprotegido, uso de drogas injetáveis, pessoas que utilizam instrumentos não-esterilizados, colocação de piercing ou tatuagem, acidentes de trabalho com perfurocortantes, profissionais do sexo, entre outras.
- Gestantes que não tenham sido testadas durante o pré-natal ou cuja idade gestacional não assegure o recebimento do resultado do teste antes do parto.
O Ministério da Saúde ainda recomenda para pessoas sexualmente ativas que os testes para HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis sejam feitos periodicamente, portanto os testes podem e devem ser repetidos.
Para quem o teste de HIV na farmácia não é indicado
Teste não indicado a pessoas que já foram diagnosticadas com HIV, que estão em tratamento para a doença ou que foram expostas à situação de risco para infecção há menos de 30 dias para evitar falsos-negativos por janela de soroconversão.
Preparo do paciente para o teste de HIV em farmácia
Ao receber o paciente, é fundamental compartilhar algumas informações com o propósito de garantir que o paciente entenda o significado do teste.
Os principais pontos para esta etapa são:
- Apresentar-se para o paciente;
- Fornecer uma breve visão geral do procedimento, incluindo o tempo estimado, o processo para a realização do teste e como o resultado será apresentado;
- Reforçar o sigilo da testagem;
- Obter a concordância para prosseguir com o procedimento.
Esta etapa é importante para construir o relacionamento com o paciente e estabelecer as expectativas do que pode acontecer durante o processo.
Procedimento do teste
Nesta etapa, forneça ao paciente informações básicas sobre o teste. É importante se comunicar de maneira simples e clara para que todas as informações sejam compreendidas.
Este também é o momento de responder a quaisquer dúvidas que possam surgir sobre o procedimento.
Lembre-se que os testes devem sempre ser realizados seguindo as instruções de acordo com as particularidades do teste utilizado na sua farmácia.
Antes de coletar a amostra, explique particularidades do teste de HIV, incluindo:
- Tipo de teste usado;
- Amostra que será coletada (sangue ou oral);
- Tempo de espera estimado para o resultado do teste ficar pronto;
- O significado dos resultados reagente, não reagente e a possibilidade de resultado inválido;
- Janela imunológica;
- Diferença entre HIV e AIDS;
Após isso, colete a amostra e prossiga com o teste. Enquanto o paciente espera o tempo necessário para obter o resultado, o teste pode ser colocado de lado para que o paciente não se distraia ou fique ansioso assistindo a amostra correr.
Tempo de espera pelo resultado
Este momento pode ser utilizado para conduzir uma breve triagem de risco para compreender melhor o risco de HIV do paciente. Você pode começar perguntando por que ele decidiu ser testado e obter informações adicionais sobre risco imediato, recente ou contínuo.
Os principais pontos são:
- Perguntar por que o paciente decidiu ser testado, ouvir e questionar o histórico de testes anteriores e indicadores de risco aumentado;
- Avaliar o conhecimento do paciente sobre a transmissão do HIV, fornecer informações precisas como os cuidados necessários para evitar a contaminação;
- Confirmar a disponibilidade do paciente para receber o resultado.
Se o paciente não estiver pronto para ouvir o resultado, envolva-o em uma discussão sobre as razões pelas quais ele não se sente pronto. Forneça motivação e suporte, lembrando da importância de saber o resultado para tomar decisões sobre a sua saúde.
Entrega do resultado
Ao entregar o resultado, dê uma explicação clara do resultado. Este também é o momento para desenvolver um plano de cuidados e prevenção com base no resultado do teste.
Os passos gerais desta etapa devem ser semelhantes para clientes que recebem um resultado de teste reagente e não reagente, mas as tarefas específicas são diferentes com base em seus resultados.
Como orientar o paciente com resultado não reagente?
Para os pacientes que relataram exposição recente conhecida ou possível ao HIV, é necessário considerar o período de janela imunológica associado ao teste que foi utilizado e um novo teste deve ser recomendado.
Você pode dizer “O resultado do teste não mostra sinais da infecção pelo HIV. No entanto, já que você mencionou uma possível exposição recente, eu gostaria de recomendar que você seja testado novamente em 30 dias.”
Pessoas com resultado não reagente, porém com sinais e sintomas de infecção aguda devem ser encaminhados para o médico. Neste momento, é importante enfatizar a necessidade de usar proteção até o momento da infecção aguda ser descartada.
Os principais pontos são:
- Discutir a necessidade de um novo teste com base no período de janela de teste usado e o risco do cliente;
- Enfatizar as principais estratégias de redução de risco que o ajudarão a permanecer soronegativo.
Como orientar o paciente com resultado reagente?
O resultado reagente é interpretado como um teste preliminar positivo. É necessário informar ao paciente de que o resultado não é um diagnóstico, embora seja sugestivo de infecção.
Esse paciente deve ser encaminhado ao médico porque outros testes são necessários para confirmar o diagnóstico.
Você pode prestar atenção na reação ao receber o resultado e se necessário usar efetivamente o silêncio para expressar empatia e dar ao cliente espaço para absorver esta nova informação. É importante atender às necessidades imediatas do cliente antes de prosseguir com as outras tarefas.
O seu objetivo principal deve ser conectar o paciente com cuidados médicos e outros serviços de acompanhamento. Não deixe que o paciente saia do consultório sem ser orientado sobre os próximos passos.
Os principais pontos são:
- Aconselhar sobre as próximas etapas para o teste de acompanhamento, incluindo a importância do tratamento para HIV;
- Enfatizar as principais estratégias de redução de risco que evitarão a transmissão;
- Discutir a necessidade de o parceiro também ser testado.
Tratamento do HIV
O tratamento antirretroviral (TARV) é indispensável e recomendado para todas as pessoas com HIV, independentemente do tempo de diagnóstico ou do quanto são consideradas saudáveis.
Pessoas com resultado reagente precisam ser alertadas sobre a significância de seguir o tratamento que será prescrito caso a infecção seja confirmada.
Pessoas com diagnóstico de HIV que seguem o tratamento conforme prescrito podem manter uma carga viral indetectável e permanecer saudáveis. Indivíduos com carga viral efetivamente indetectável não têm risco de transmitir o HIV aos seus parceiros sexuais HIV negativos.
Carga viral indetectável: significa ter uma carga viral muito baixa (menos de 200 cópias do HIV por mililitro de sangue).
Notificação do Resultado
A infecção causada pelo HIV é de notificação compulsória, de modo que uma vez confirmado o diagnóstico, deve-se notificar a secretaria de vigilância epidemiológica do município, conforme regulamentação específica (Portaria de consolidação MS/GM nº 4, de 28 de setembro de 2017).
Importante
Se você oferece teste de HIV na farmácia, certifique-se de estar preparado para atender essa demanda. O rastreamento em HIV pode ser o primeiro passo para o cuidado contínuo do paciente.
Informe-se sobre os lugares para os quais você pode encaminhar o paciente, fique atento a publicações e manuais técnicos, e garanta sempre o sigilo profissional.
Testes Rápidos Clinicarx
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