Outubro Rosa se refere a um movimento internacional cujo objetivo é promover ações de conscientização, cuidado, prevenção e promoção à saúde da mulher. O movimento inclui, principalmente, ações para compartilhar informações sobre o câncer de mama e para proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico.
Na campanha deste ano, o Ministério da Saúde reforça o alerta para prevenção ao câncer de mama. Essas campanhas são importantes para despertar o interesse da população brasileira sobre o assunto e conscientização das mulheres sobre o diagnóstico precoce.
Recentemente, um estudo brasileiro constatou um aumento significativo de pesquisas online relacionadas ao câncer de mama no mês de outubro. A intensificação midiática e as ações de saúde, que são responsáveis pela crescente exposição e popularidade da campanha, são eficazes para mobilizar a atenção dos brasileiros.
A farmácia, que está inserida no contexto de atenção primária à saúde, conta com visitas regulares de clientes buscando obter informações e avaliações de sinais e sintomas.
Nesse cenário, o farmacêutico ocupa boa posição para desempenhar um importante papel para apoiar e fornecer informações de promoção à saúde e cuidados relacionados ao câncer.
Para isso, como provedor de saúde, o profissional deve ser capaz de diferenciar as condições que requerem a atenção de um médico e, por isso, devem ser capazes de identificar os sinais e sintomas de alerta.
Para ajudar o farmacêutico nessa missão, destacamos alguns pontos importantes relacionados ao câncer de mama e à saúde da mulher.
Câncer de mama: números no Brasil
Segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), depois do câncer de pele, o câncer de mama é o tipo mais comum no Brasil.
Em 2019, 18.068 mortes foram em decorrência do câncer de mama, que causa mais mortes por câncer em mulheres. Para o ano de 2021, o INCA estimou mais de 66 mil novos casos.
Fatores de risco
O câncer de mama é multifatorial, não existindo uma única causa. Diversos fatores estão relacionados ao desenvolvimento da doença em mulheres, como:
- Histórico familiar de câncer de mama;
- Consumo de bebida alcoólica;
- Obesidade e sobrepeso;
- Envelhecimento;
- Sedentarismo;
- Exposição frequente a radiações ionizantes (raios X, mamografia e tomografia);
- Primeira menstruação antes dos 12 anos;
- Não ter filhos;
- Uso de contraceptivos (pílulas anticoncepcionais) por tempo prolongado;
- Fatores genéticos;
- Histórico familiar de câncer de ovário.
>> A presença de um ou mais desses fatores de risco não significa que a mulher terá, necessariamente, a doença, mas é indispensável alertá-la sobre a importância do acompanhamento médico e exames de rotina.
É possível reduzir o risco de câncer de mama?
Alguns fatores de risco, como, por exemplo, histórico familiar, não são modificáveis. No entanto, é fundamental manter um estilo de vida saudável para reduzir o risco de câncer de mama.
Para isso, algumas ações de prevenção, que têm por objetivo evitar a ocorrência da doença através de estratégias de redução da exposição aos fatores de risco, são recomendadas.
Entre elas, destacam-se a manutenção do peso corporal adequado, prática regular de atividade física e diminuição do consumo de bebidas alcoólicas. A amamentação também é considerada um fator protetor e deve ser estimulada.
Exames de rotina
O Ministério da Saúde recomenda que a mamografia de rastreamento (exame realizado quando não há sinais e sintomas suspeitos) seja ofertada para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos.
Por outro lado, a mamografia diagnóstica, que é realizada para avaliar uma alteração suspeita na mama, pode ser realizada em qualquer idade quando há indicação médica. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece exame de mamografia para todas as idades, conforme encaminhamento médico.
Por isso, recomenda-se que todas as mulheres, independentemente da idade, tenham clareza sobre sinais e sintomas do câncer de mama e que conheçam o seu corpo para saber reconhecer o que é e o que não é normal em suas mamas.
Essas medidas de cuidado são formas de prevenção e visam identificar o câncer em estágios iniciais, momento em que a doença pode ter melhor prognóstico e maior taxa de sobrevivência.
Tratamento do câncer de mama
O tratamento do câncer de mama depende da fase em que a doença foi diagnosticada (estadiamento) e do tipo de tumor.
Existem diversas intervenções terapêuticas disponíveis para o tratamento do câncer de mama, incluindo cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia alvo).
Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo, mas quando o câncer se espalhou para outros órgãos (metástase), o tratamento é paliativo e busca melhorar a qualidade de vida e prolongar a sobrevida.
Atenção aos sinais e sintomas
O Ministério da Saúde recomenda que os seguintes sinais e sintomas sejam considerados como de referência urgente para serviços de diagnóstico mamário:
- Qualquer nódulo mamário em mulheres com mais de 50 anos;
- Nódulo mamário em mulheres com mais de 30 anos, que persistem por mais de um ciclo menstrual;
- Nódulo mamário de consistência endurecida e fixo ou que vem aumentando de tamanho, em mulheres adultas de qualquer idade;
- Descarga papilar sanguinolenta unilateral;
- Lesão eczematosa da pele que não responde a tratamentos tópicos;
- Presença de linfadenopatia axilar;
- Aumento progressivo do tamanho da mama com a presença de sinais de edema, como pele com aspecto de casca de laranja;
- Retração na pele da mama;
- Mudança no formato do mamilo.
É necessário ressaltar que as mamas de cada mulher apresentam características próprias, por isso toda mulher deve ser estimulada a conhecer o que é normal em suas mamas e a perceber alterações suspeitas de câncer.
Essas percepções podem acontecer através de observações e palpalção ocasional das mamas. As alterações, como um nódulo persistente na mama ou um nódulo na axila, devem ser valorizadas e merecem uma avaliação médica imediata.
Como o farmacêutico pode ajudar?
As ações de conscientização destacam a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama e, na prática, a população feminina deve ser orientada sobre as mudanças habituais das mamas durante os ciclos de vida e sobre os principais sinais e sintomas do câncer de mama.
Essas estratégias podem ser capazes de antecipar o diagnóstico da doença, possibilitando melhor prognóstico.
As farmácias, como estabelecimentos de saúde, e os farmacêuticos podem participar da campanha Outubro Rosa e intensificar estratégias de conscientização e medidas educativas importantes.
Além disso, você pode especializar sua prática farmacêutica e oferecer um melhor cuidado à população feminina com orientações em situações específicas, que fazem parte da jornada de cuidado da mulher.
Em especial, em muitos casos, o estresse é um dos fatores que contribuem para a piora da saúde da mulher. Veja alguns cursos disponíveis gratuitamente na Clinicarx University que vão dar mais propriedade na hora de orientar.
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A sua atuação no cuidado da saúde da mulher é fundamental, principalmente, ao fornecer informações que facilitam seu dia a dia. O incômodo com as responsabilidades pode ser um agravante da saúde e mediadas não-farmacológicas podem melhorar a qualidade de vida.