Quem deve receber a vacina contra gripe?
Apesar da vacinação anual ser recomendada para todos as pessoas a partir dos 6 meses de idade, quando a oferta de vacinas é limitada, aqueles que estão em maior risco de complicações devem ter prioridade.
No Brasil, na rede pública, a vacina influenza, é oferecida exclusivamente para as crianças até os 5 anos de idade, para idosos acima de 60 anos, gestantes, puérperas, trabalhadores da área da saúde, presidiários, trabalhadores do sistema carcerário e doentes crônicos.
Nas farmácias, não há restrição para recebimento anual da vacina, havendo recomendação pela SBIM para vacinação anual em todas as pessoas a partir dos 6 meses de idade.
Como ela funciona?
A vacina da gripe é composta por diferentes cepas do vírus Myxovirus influenza e inativados, fragmentados e purificados. Geralmente contém elementos da superfície o vírus, como hemaglutinina e neuraminidase. Portanto, trata-se de uma vacina inativada, que não causa a doença.
A proteção proporcionada pela vacina é baseada na indução da produção de anticorpos neutralizantes do vírus, principalmente contra a hemaglutinina viral contida na vacina. A imunidade conferida pela vacina desenvolve-se após 15 dias da vacinação e sua duração é de cerca de 6 meses a 1 ano. Como os títulos máximos de anticorpos, obtidos dentro de 1 a 2 meses após a vacinação.
A composição da vacina contra gripe pode mudar todo ano
Anualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) convoca duas consultas técnicas, em fevereiro e setembro, para recomendação das amostras vacinais candidatas que irão compor as vacinas contra influenza sazonal dos hemisférios norte e sul. Portanto, a cada ano, a composição da vacina da gripe pode mudar.
A escolha dos vírus que irão compor a vacina daquele ano depende da monitorização dos casos da doença feita pelo CDC, que é o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos e de todos os Centros Colaboradores da OMS espalhados pelo mundo.
As amostras vacinais candidatas, a cada ano, são geralmente escolhidas com base na similaridade com os vírus influenza que estão se disseminando e causando infecções em humanos, assim como na sua capacidade de multiplicação em ovos de galinha, onde os vírus vacinais são cultivados para serem produzidos em larga escala.
Existe diferença entre as vacinas do setor público e privado?
A diferença pode estar na composição da vacina. No SUS em 2016, por exemplo, foi feita a vacina trivalente, que protege contra 2 subtipos do influenza A, o H1N1 e o H3N2, e 1 subtipo do influenza B, chamado de Brisbane.
No setor privado está disponível tanto a vacina trivalente, como a tetravelente, que protege contra mais um tipo de influenza B, chamado Phuket. As duas vacinas são suficientes para garantir uma proteção contra os principais tipos de gripe, incluindo a H1N1, portanto a qualidade da imunização dada no setor público e privado é a mesma.
Há quatro marcas da vacina influenza tetravalente disponíveis: Fluarix Tetra (GSK), a Fluquadri (Sanofi-Pasteur), a Influvac Tetra (Abbott) e a Vaxitetra (Sanofi-Pasteur).
Administração e cuidados com a vacina contra gripe
A via de aplicação é intramuscular, e como já mencionado a administração deve ser repetida anualmente.
Quanto ao volume, para menores de 3 anos a dose é de 0,25 mL e para crianças com 3 anos completos ou mais, é de 0,5 mL. Lembre-se que antes, durante e após a administração da mesma, você deve ficar atento a alguns cuidados, como:
- Em caso de febre, deve-se adiar a vacinação até que o paciente re-estabeleça as condições ótimas de saúde;
- Pessoas com história de alergia grave ao ovo de galinha, com sinais de anafilaxia, só podem receber vacina em ambiente com condições de atendimento para reações anafiláticas, como no hospital, por exemplo, e permanecer em observação por pelo menos 30 minutos;
- Pessoas com alergia ao Timerosal, a neomicina ou ao formaldeído também devem ter cautela, pois há traços dessas substâncias na vacina.
- No caso de história prévia de síndrome de Guillain-Barré (SGB), recomenda-se avaliação médica criteriosa sobre o risco-benefício antes de administrar a vacina da gripe. Geralmente a vacina será contraindicada nesse caso;
- Se houver dor no local, após a aplicação, podem ser usadas compressa frias para alivio. Em casos mais intensos ou de febre pode-se recomendar medicação analgésica, como a dipirona, paracetamol ou Ibuprofeno;
- Sintomas de efeitos adversos persistentes, que se prolongam por mais de 72 horas, devem ser investigados pelo médico para verificação de outras causas.
- As gestantes e mulheres amamentando podem receber a vacina da gripe. A vacina é considerada risco C na gravidez.
- A vacina influenza pode ser administrada simultaneamente a outras vacinas. Neste caso, a aplicação deve ocorrer em membros distintos, com seringas e agulhas diferentes. Fique atento também, pois nesse caso pode ocorrer intensificação das reações adversas.
- A vacina deve ser agitada antes de administrar. Também inspecione visualmente a vacina antes do uso. A suspensão deve estar límpida e incolor a levemente opalescente. Não utilizar se a suspensão apresentar-se turva, com partículas em suspensão ou precipitados. A vacina influenza não deve ser misturada com outra vacina na mesma seringa.
Como se vê muitos detalhes e situações que devem ser levadas em consideração no momento da aplicação. Felizmente, com ajuda de softwares avançados de serviços farmacêuticos e vacinação é possível receber alertas e orientações específicas no momento do atendimento, reduzindo a chance de erros e aumentando a segurança do paciente.
Fonte: Artigo reproduzido do Curso Online Imunização e Administração de Vacinas, com permissão dos autores.
Recomendação: como as indicações e informações sobre os medicamentos e esquemas posológicos podem sofrer atualizações ao longo do tempo, recomendamos que você não utilize este conteúdo como única fonte de informação.