Os primeiros casos por infecção da COVID-19 aconteceram em Wuhan, província de Hubei (China), em meados de dezembro de 2019, e se espalharam rapidamente pelo mundo. O agente etiológico da doença, SARS-CoV-2, é um beta-coronavírus, do mesmo tipo de vírus que causa a Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS).
Diversos estudos clínicos com pacientes infectados por SARS-CoV-2 estão em andamento e outros já foram concluídos, com o objetivo de entender as manifestações da doença, seus desdobramentos e possíveis sequelas a longo prazo.
Grupos de risco foram sinalizados, como portadores de doenças crônicas, incluindo Hipertensão, Diabetes Mellitus, Insuficiência Venosa e Síndromes Respiratórias, demonstrando haver um agravamento destas condições em casos de infecção pelo vírus SARS-CoV-2.
Sintomas da COVID-19
Os sintomas da COVID-19 podem ser leves, acentuados ou graves, além dos casos de pacientes assintomáticos. Clinicamente, consideram-se 3 categorias: portadores assintomáticos, indivíduos com doença respiratória aguda (DRA) ou pacientes com pneumonia em diferentes graus de gravidade.
Os sintomas se manifestam de forma semelhante à síndrome gripal, o que torna necessário o diagnóstico diferencial através da detecção do antígeno em amostra biológica do paciente suspeito da infecção por SARS-CoV-2.
Em relação aos sintomas, febre, tosse seca e cansaço são mais comuns, seguidos de dificuldade respiratória, coriza, dores musculares e dor de cabeça. Em quadros graves, o paciente pode apresentar insuficiência respiratória e necessitar de internamento em UTI para uso de ventilação mecânica.
SARS – Síndrome Respiratória Aguda Severa
A Síndrome Respiratória Aguda Severa causada pelo coronavírus (SARS), teve seu surto registrado em 2003, no histórico de uma epidemia que levou 9 meses para ser controlada. O vírus passou a ser identificado pela sigla SARS-CoV e nenhum novo caso foi identificado desde então.
Em 2019, um segundo coronavírus capaz de provocar estes mesmos sintomas dá início à atual pandemia. O vírus recebe a sigla SARS-CoV-2 e provoca a doença que conhecemos como COVID-19.
Uma das observações clínicas importantes é o risco de sequelas em pacientes recuperados da COVID-19 que desenvolveram os sintomas da SARS. Em alguns casos, os pacientes apresentaram deficiências pulmonares persistentes, com redução de até 30% na taxa de difusão pulmonar.
Condições clínicas acentuadas pela Covid-19
Covid-19 e Condições Tromboembólicas – Trombose Venosa Profunda e Embolia Pulmonar
Em casos graves de manifestação da COVID-19, alterações na coagulação do sangue podem desencadear ou acentuar quadros de Trombose Venosa. Segundo pesquisa da SBACV-RJ, há uma predisposição de risco de trombose na doença do coronavírus (SARS-CoV-2)
Os níveis altos do marcador Dímero D e os resultados anormais na coagulação sanguínea demonstraram relação direta com o agravamento da doença da COVID-19 e pior prognóstico. Fatores de risco devem ser considerados ao analisar esse quadro, como idade, obesidade, tabagismo, além de elevação nos índices de IL-6 e troponina. Alguns pacientes que apresentam risco para TVP desencadearam a doença após infecção por SARS-CoV-2.
O vírus infecta as células de uma enzima presente em grande número nos pulmões e nas células endoteliais, o que leva à hipercoagulação e induz à trombose pelo aumento da consistência do sangue.
O quadro de Trombose Venosa Profunda se acentua e pode evoluir para outras condições clínicas, como cianose, que pode comprometer a circulação arterial com risco elevado. A embolia pulmonar também é uma complicação grave da TVP, que bloqueia o fluxo sanguíneo para o pulmão.
A embolia pulmonar se origina de trombos nas veias profundas. Alguns coágulos sanguíneos podem danificar as válvulas das veias, o que gera insuficiência venosa crônica, uma complicação de quadros de Trombose.
Mesmo em pacientes sem histórico de coagulação ou trombofilia, o quadro de trombose evoluiu, o que foi associado à infecção da COVID-19 como fator a ser considerado nesse processo.
Risco da Covid-19 aos pacientes com Diabetes Mellitus
A doença do coronavírus se manifesta de forma mais grave em pacientes com condições clínicas subjacentes como hipertensão, câncer, doença pulmonar crônica, quadro cardiovascular, e diabetes mellitus. O diabetes já foi associado a maiores complicações de outras infecções como a Influenza A (H1NI).
Estudos clínicos da Primary Care Diabetes, demonstram que a susceptibilidade a infecções virais de pacientes com diabetes é maior, devido ao desempenho da imunidade afetada devido à doença.
A hiperglicemia afeta a atividade imunológica de neutrófilos e fagófagos, o que impede que o sistema de imunidade atue com a mesma efetividade contra agentes infecciosos, como o coronavírus, além de outras complicações diabéticas como insuficiência vascular e neuropatia periférica.
A resistência à insulina da diabetes associada à doença da Covid-19 pode desencadear quadro pró-trombótico hipercoagulável. Essa hipercoagulação possibilita o desenvolvimento da “tempestade de citocinas”, complicação grave da infecção do coronavírus (produção alterada de citocinas como IL-6, IL-10 e TNFa). Em pacientes infectados e com diabetes, os índices de neutrófilos, proteína C reativa (CRP), dímero-D, são mais altos do que em pacientes infectados, mas sem a doença crônica.
Alterações pulmonares causadas pela infecção também são acentuadas em pacientes com diabetes, devido às condições instáveis dos pulmões que a diabetes pode causar, como estresse oxidativo, micro ou macroangiopatia dos capilares alveolares e arteríolas pulmonares.
Outros fatores de risco sempre devem ser levados em conta, como idade, obesidade e outras condições clínicas.
Diagnóstico
O diagnóstico da SARS e da COVID-19 se dá por exames laboratoriais específicos que indicam níveis desregulados de linfócitos CD4 e CD8, tempo prolongado de protrombina (PT), LDH, Dímero-D, PCR.
Outra condição clínica, como a Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), foi associada à manifestação da infecção do coronavírus. Segundo estudo da ATS Journals, entre os hospitalizados pela COVID-19, 42% manifestam quadros de insuficiência respiratória pela SDRA.
O diagnóstico clínico decorre da instalação aguda de insuficiência respiratória e da evidência de opacidades alveolares nos quatro quadrantes dos campos pleuropulmonares na radiografia de tórax.
Em relação à SDRA, os sobreviventes desenvolveram fibrose pulmonar substancial enquanto sequelas, principalmente em pacientes que foram tratados com oxigenação por membrana extracorpórea.
Assim, em relação aos pacientes que vieram a óbito, segundo o estudo, a imunidade instável e a carga viral nasofaríngea, ou seja, a quantidade de vírus no trato respiratório, podem estar associadas ao agravamento da doença que leva à morte. Já que quantidades diferentes foram encontradas em pacientes recuperados e não recuperados, na qual a infecção e a síndrome respiratória foram mais agressivas.
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