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Você já conhece os efeitos positivos que o cuidado farmacêutico na amamentação provoca na mãe e filhos? Acompanhe agora mesmo e aprimore seu conhecimento no assunto.
É sabido que o aleitamento materno é fundamental e de extrema importância para o desenvolvimento cognitivo, corporal e imunológico do lactente. É importante ressaltar que ele contém todos os nutrientes que a criança necessita até os seus seis meses de vida.
A amamentação age de forma protetiva ao trato gastrointestinal e respiratório, diminuindo os casos de diarréias e problemas respiratórios nos primeiros 2 anos.
Além disso, é capaz de melhorar a homeostase da glicose, decaindo consideravelmente o risco dessa criança desenvolver diabetes tipo 2. Diminui os atendimentos médicos e até mesmo a hospitalização, pois as crianças adoecem menos, o que evita gastos e situações estressantes.
O aleitamento materno pode ser classificado de várias maneiras de acordo com a organização mundial da saúde (OMS):
Aleitamento materno exclusivo | Quando o lactente recebe apenas o leite, diretamente da mama ou ordenhado/ leite humano de outra fonte |
Aleitamento materno predominante | Além do leite materno a criança recebe água, chás, sucos, etc. |
Aleitamento materno | Criança recebe leite materno diretamente da mama |
Aleitamento materno complementado | Aleitamento materno complementados com alimentos sólidos ou semi-sólidos |
Aleitamento materno parcial | Acontece através do aleitamento materno e outros tipos de leite |
No pós parto, algumas mulheres podem apresentar problemas de saúde agudos e crônicos, como dor de cabeça, dor nas costas, enxaqueca, infecções, hipertensão e até mesmo depressão pós parto. Muitas dessas patologias necessitam de medicamentos, e é necessário que se considere o risco/benefício.
Algumas lactantes suspendem a amamentação, pois há uma carência grande por parte dos profissionais da saúde em relação a essa temática, que não sabem quais tipos de medicamentos podem ser usados sem causar danos aos lactentes.
Além disso, observa-se que é freqüente o conflito entre informações das bulas dos medicamentos e evidências científicas sobre o uso dos mesmos. A farmacoterapia durante a amamentação precisa de mais atenção.
Apesar de o conhecimento sobre medicações e lactação ter sido muito ampliado, ainda não se conhecem os efeitos colaterais de muitas novas drogas quando as crianças estão sendo amamentadas, devido a uma escassez de estudos ou divergências na literatura.
Portanto, há uma necessidade de atualizações constantes sobre o uso de fármacos durante a amamentação, visando racionalizar esse uso e proteger o aleitamento materno.
A assistência farmacêutica, neste momento é de extrema importância, pois o farmacêutico fornecerá orientações e aconselhamentos, bem como informações corretas sobre as dúvidas mais frequentes durante a amamentação para que não ocorra um abandono precoce do aleitamento e nem que haja prejuízos para saúde da criança e da mãe.
Devido a facilidade de compra, e de aparentemente não oferecerem riscos alarmantes e generalizados à população, os Medicamentos isento de prescrição (MIPs), são usados de forma indiscriminada, necessitando de indicação profissional dirigida, principalmente para mulheres que estão amamentando.
Eles podem causar alergia, efeitos adversos e se interagidos entre si, podem causar sérios danos à lactante e ao lactente.
Para que o farmacêutico possa prestar uma assistência segura é preciso que se conheça os fatores que podem influenciar a segurança do uso do medicamento durante a amamentação.
Deve-se levar em consideração fatores ligados ao lactente, a lactante, a composição do leite materno, e até mesmo em relação a composição do fármaco.
Em relação aos atributos fisiológicos relacionados à mãe, temos a sua capacidade de eliminação da droga por via hepática ou renal, a dose e duração do tratamento, assim como a via de administração usada.
Outras condições, como as relacionadas ao lactente,devem ser consideradas a sua idade, a quantidade de leite ingerido,a quantidade de droga absorvida, sua capacidade de metabolização, entre outras.
E não poderíamos deixar de falar dos fatores relacionados à droga como toxicidade, efeito no suprimento de leite, biodisponibilidade, tamanho da molécula e até mesmo sua constante de dissociação.
A interrupção da amamentação só deve ser feita em casos extremos, onde há evidências substanciais suficientes que comprovem que uma droga é nociva à criança, quando não se tiver informações seguras, ou que a droga não possa ser substituída por outra que não cause danos ao lactente.
A prática do Cuidado Farmacêutico na Amamentação
A seguir veremos algumas considerações que o farmacêutico deve reforçar com as suas clientes, em relação ao uso de medicações durante a amamentação:
- Programar o horário de administração da medicação à mãe, evitando que o período de concentração máxima do medicamento no sangue e no leite materno coincida com o horário da amamentação.
- Optar por drogas já estudadas e sabidamente seguras para a criança, que sejam pouco excretadas no leite materno.
- Preferir drogas que já são liberadas para uso em recém-nascidos e lactentes.
- Escolher medicação tópica ou local à oral e parenteral, quando possível e se indicado, é claro.
- Evitar combinações entre fármacos.
- Escolher medicamentos que sejam excretados para o leite.
- Escolher medicamentos menos permeáveis à barreira hematoencefálica, pois estes, em geral, por serem mais hidrofílicos atingem níveis baixos no leite.
- Escolher medicamentos com maior peso molecular,o que reduz muito a transferência para o leite.
- Se houver risco para a criança, como nos tratamentos maternos prolongados, considerar a possibilidade de dosar a droga na corrente sanguínea do lactente.
- Orientar a mãe para o tempo inteiro observar o lactente com relação aos possíveis efeitos colaterais, tais como, hábitos de sono, agitação, alteração do padrão alimentar, tônus muscular e distúrbios gastrointestinais.
- Evitar ao máximo drogas de ação prolongada por serem mais difíceis de serem excretadas pelo lactente.
- Orientar a mãe para retirar o leite com antecedência e estocá-lo em congelador para alimentar o lactente no caso de interrupção temporária da amamentação, sugerindo ordenhas periódicas para manter a lactação.
Durante a lactação, a atenção farmacêutica se torna imprescindível, pois a mãe será orientada e receberá informações que tem como o objetivo de mostrar os perigos e consequências do uso de algumas medicações , bem como da automedicação.
Sabemos que orientar o paciente sobre o uso de medicamentos não é atribuição exclusiva do farmacêutico, mas seu amplo conhecimento sobre fármacos e sua atuação ativa na dispensação, conferem ao profissional a oportunidade única para atuar a favor do uso racional.
Muito boa a explicacão e abordagem do assunto.