Transtornos menores de saúde são enfermidades agudas de baixa gravidade, e para o manejo desses problemas o farmacêutico pode prescrever medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica, cuja dispensação não exija prescrição médica.
A prescrição farmacêutica, que foi regulamentada com a publicação da Resolução Nº 586/2013 do Conselho Federal de Farmácia (CFF), está inserida no processo de cuidado do paciente, e deve ser realizada após avaliação criteriosa do problema relatado pelo indivíduo.
Para os propósitos da Resolução 586/2013, prescrição farmacêutica é definida como ato pelo qual o farmacêutico seleciona e documenta terapias farmacológicas e não farmacológicas, e outras intervenções relativas ao cuidado à saúde do paciente.
O objetivo da prescrição é a promoção, proteção e recuperação da saúde, e a prevenção de doenças e de outros problemas de saúde. Ela constitui uma atribuição clínica do farmacêutico e deve ser realizada com base nas necessidades de saúde do paciente.
Entre as necessidades de saúde do paciente e possibilidades de intervenção farmacêutica, estão os problemas ou transtornos menores de saúde. Os cuidados farmacêuticos nos transtornos menores podem se desdobrar em prescrição farmacêutica e/ou encaminhamento médico.
Essa atuação clínica do farmacêutico é essencial para minimizar situações de uso inadequado de medicamentos e identificar as condições clínicas que não são autolimitadas, otimizando o processo de cuidado do paciente e proporcionando melhores resultados de saúde.
Segundo a Resolução 585/2013 do CFF, os problemas de saúde são definidos como:
“Enfermidade aguda de baixa gravidade, de breve período de latência, que desencadeia uma reação orgânica a qual tende a cursar sem dano para o paciente e que pode ser tratada de forma eficaz e segura com medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica, cuja dispensação não exija prescrição médica, incluindo medicamentos industrializados e preparações magistrais – alopáticos ou dinamizados -, plantas medicinais, drogas vegetais ou com medidas não farmacológicas.”
Neste artigo, você encontrará pontos importantes sobre prescrição farmacêutica para problemas ou transtornos menores de saúde.
Exemplos de transtornos menores de saúde
Existe uma série de condições que pode ser categorizada como transtornos menores de saúde, como, por exemplo, congestão nasal, dor de cabeça, dor de garganta e diarreia.
No entanto, o que vai determinar se trata-se de um problema autolimitado ou problema menor de saúde é a ausência de sinais de alerta nas condições que são conhecidas como autolimitadas. Por isso, durante a anamnese o farmacêutico deve investigar sinais de agravamento do problema pelo qual o paciente se queixa.
A frequência e/ou duração, a gravidade/intensidade e os sinais/sintomas associados, por exemplo, são pontos que devem ser avaliados durante a anamnese para definir a conduta adequada.
Dica: confira o material Algoritmos de Prática Clínica desenvolvido pelo CFF e saiba como manejar os principais problemas menores de saúde. |
O que precisa ser avaliado antes da prescrição farmacêutica para manejo de problemas de saúde autolimitados?
A prescrição farmacêutica é um dos desdobramentos possíveis de uma anamnese. Antes da prescrição, o farmacêutico deve avaliar o problema de saúde e as características físicas e clínicas do paciente.
Para isso, o profissional pode estruturar o atendimento em três passos conhecidos como os “3 As”: Acolher, Avaliar e Aconselhar.
- Acolher: em local apropriado para o atendimento, o farmacêutico deve escutar o paciente e compreender a demanda.
- Avaliar: identificar quem é o paciente (criança, adulto ou idoso, por exemplo), investigar a natureza dos sinais e sintomas, descobrir a intensidade e frequência dos sintomas, etc.
- Aconselhar: recomendação do tratamento e/ou encaminhamento médico.
Análise de Situação INDICO
INDICO é um acrônimo utilizado para avaliação farmacêutica frente à queixa do paciente. Na prática, é uma estrutura que auxilia no momento da anamnese e avaliação do indivíduo.
Veja abaixo o significado de cada letra do acrônimo e como você aplicá-lo durante o atendimento ao seu paciente:
I: Identifique o seu paciente
Identifique os aspectos básicos do paciente que está sofrendo o sintoma. É homem ou mulher? Qual é a idade? Aspectos menos objetivos, como o estado de saúde aparente, também podem ser relevantes.
N: Natureza dos sintomas
Faça perguntas sobre a história da queixa principal. Há sete fatores que compõem a história da queixa principal do paciente e que devem ser investigados durante a anamnese: localização, caracterização, gravidade, tempo, ambiente, fatores que modificam e fatores associados.
D: Desde quando os sintomas estão presentes
A duração dos sintomas também faz parte da história da queixa e é especialmente importante para avaliar o paciente e definir a conduta porque a duração dos sintomas representa um dos critérios mais importantes para encaminhamento médico.
I: Iniciou algum tratamento? Houve melhora?
Investigar o uso anterior de medicamentos para a queixa atual ajuda a estimar a gravidade do problema e a selecionar o tratamento apropriado.
C: Comorbidades e medicamentos em uso
Conhecer as condições que afetam o paciente é de extrema relevância para mensurar os medicamentos que podem ser prescritos para o paciente, e para identificar fatores que podem agravar o quadro.
O: Outras situações especiais existentes
Algumas situações podem auxiliar ou alterar a definição de conduta. A presença de gravidez ou lactação, por exemplo, modifica o espectro de medicamentos isentos de prescrição médica que pode ser prescrito.
Que medicamentos podem ser prescritos pelo farmacêutico?
A prescrição farmacêutica deve ser realizada com base nas necessidades de saúde do paciente, nas melhores evidências científicas, em princípios éticos e em conformidade com as políticas de saúde vigentes.
O farmacêutico pode realizar a prescrição de medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica, cuja dispensação não exija prescrição médica, incluindo medicamentos industrializados e preparações magistrais – alopáticos ou dinamizados -, plantas medicinais, drogas vegetais e outras categorias ou relações de medicamentos que venham a ser aprovadas pelo órgão sanitário federal para prescrição do farmacêutico.
> Confira aqui a Lista de Medicamentos Isentos de Prescrição (LMIP) autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que o farmacêutico pode prescrever para os transtornos menores de saúde.
Fluxo de consulta farmacêutica para o manejo de problemas de saúde autolimitados
Verifique abaixo o esquema de fluxo que você pode seguir para realizar a consulta no seu consultório farmacêutico:
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A Clinicarx é uma plataforma de serviços de atenção farmacêutica, para que farmacêuticos e outros profissionais da saúde possam implantar e oferecer esses serviços.
A plataforma apresenta soluções inteligentes para a prescrição de medicamentos isentos de prescrição médica e você pode utilizá-las para o manejo dos sintomas que o paciente apresenta. As sugestões de prescrição são realizadas considerando os sintomas, sexo e idade do paciente.
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