Farmacêuticos: como fazer o recrutamento com o perfil clínico que você procura?

Com o mercado dos serviços farmacêuticos crescendo, fazer o recrutamento farmacêuticos com perfil clínico adequado se tornou o novo desafio.

 

Atrair, reter e motivar profissionais qualificados é um grande desafio dos gestores e profissionais de RH de todas as empresas, não importa o tamanho e o segmento.

 

As empresas estão diante de grandes dúvidas, relativas à contratação e treinamento de farmacêuticos que sejam capazes de fazer acontecer quando se trata da farmácia clínica. Michael Gerber, no livro “O mito do empreendedor” descrever três perfis diferentes de profissionais que vale a pena conhecer:

 

Perfil 1: o empreendedor

 

Visionário, sonhador, catalisador da mudança, com personalidade criativa, para quem pessoas são aliados ou obstáculos no caminho da realização dos sonhos.

 

Perfil 2: o gestor

 

Planejador, pragmático, organizador, que vive no passado, apegado ao status quo, treinado para ver os problemas.

 

Perfil 3: o técnico

 

Gente que faz, do faça você mesmo, busca realizações, quer ter o que fazer, acredita que tarefas existem para serem cumpridas, é feliz trabalhando e busca o melhor modo de fazer seu trabalho.

 

No caso do farmacêutico, que perfil você desejaria para sua empresa? Você acredita que no caso dos serviços clínicos, seria melhor contar com alguém de perfil empreendedor, gestor ou técnico?

 

Em geral, as grandes empresas do varejo farmacêutico não possuem um plano de carreira claro para o farmacêutico. É comum conhecer profissionais que atuam por mais de uma década na dispensação de medicamentos e que, por não possuírem vocação ou desejo de se tornarem gerentes ou supervisores de lojas, permanecem “estagnados” no cargo de responsável técnico ou simplesmente farmacêutico do balcão.

 

Em geral, esses profissionais possuem um perfil mais técnico. Podem ser ótimos no que fazem, mas muitos possuem habilidades e aspirações que são subaproveitadas. Perde a empresa, perde o farmacêutico, perde a sociedade, que poderia melhor se servir do potencial desses profissionais.

 

Acontece que o profissional ideal para os serviços farmacêuticos hoje é aquele que consegue combinar mais ou menos bem os três perfis descritos por Gerber. Isso mesmo, é preciso ser um pouco 3 em 1.

 

Bom técnico, bom clínico, mas também com perfil de gestão e empreendedorismo. É um profissional mais do tipo T, isto é, com conhecimentos aprofundados em um campo técnico, mas que estendem seu interesse e habilidades para áreas menos especializadas.

 

O cargo de “farmacêutico clínico” é recente no varejo farmacêutico. Mais comum em hospitais, sua principal responsabilidade é prover cuidados de saúde aos clientes, tendo a prestação de serviços como foco principal de atuação.

 

Quando os serviços farmacêuticos se tornam estratégicos para as farmácias e drogarias, é esse profissional que as empresas precisam contratar. O perfil ideal é o farmacêutico clínico, com habilidades em vendas e que se envolva diretamente no atendimento do balcão, dispensando medicamentos, entre outras atividades típicas da farmácia.

 

Existem algumas ferramentas de avaliação ou “assessment” que se mostraram úteis para recrutar profissionais com esse perfil mais clínico. Uma delas foi desenvolvido nos Estados Unidos por Hebert e colaboradores (2006) para prever o comportamento de farmacêuticos no que diz respeito à prestação de serviços aos pacientes.

 

Este instrumento é baseado na Teoria do Comportamento Planejado. Teoria psicológica que considera a atitude (sentimentos positivos ou negativos do indivíduo sobre a realização de um comportamento), a norma subjetiva (percepção do indivíduo se pessoas importantes para ele acham que o comportamento deve ser realizado), o controle comportamental percebido (percepção do indivíduo da dificuldade de realizar um comportamento), e intenção comportamental (plano do indivíduo para realizar o comportamento) para determinar a probabilidade de ocorrência de um comportamento específico.

 

No Brasil, este instrumento de 18 perguntas foi validado em 2015 e já foi aplicado a mais de 3 mil farmacêuticos que atuam em farmácias independentes e grandes redes. O resultado mostrou que farmacêuticos que prestam mais serviços aos pacientes mostram  pontuações mais altas no questionário.

 

Em outras palavras, profissionais com melhores pontuações neste questionário tem mais chance de darem certo nos serviços farmacêuticos que você está planejando para sua farmácia. O questionário funciona melhor quando os farmacêuticos respondentes estão “cegos” em relação aos objetivos da pesquisa.

 

Se você ficou interessado baixe gratuitamente uma ferramenta para avaliação do perfil do farmacêutico para os serviços farmacêuticos. Ela explica como aplicar este instrumento na próxima vez que recrutar farmacêuticos para sua empresa.

 

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É evidente que apenas este instrumento será insuficiente para identificar o profissional ideal para a clínica, mas pode ser um apoio útil. Além disso, quando chega a hora de recrutar e entrevistar o(a) candidato(a), eu me concentraria em três características:

 

Estudo

 

Dispensa explicações. O farmacêutico assume a promessa de prover melhores cuidados em saúde quando passa a oferecer serviços farmacêuticos. Isso significa manter-se atualizado e adquirir novas habilidades todos os dias. Pessoas que gostam de aprender e que tem maior facilidade auto-aprendizado tem mais chance de sucesso.

 

Liderança

 

Os serviços farmacêuticos não se tornam realidade apenas pelas mãos do farmacêutico. Se não houver uma equipe engajada, sem chance. Se o farmacêutico ficar esperando que a diretoria e a gerência tomem a iniciativa, sem chance. Se ficar esperando cair do céu, sem chance! Então, mesmo com todas as condições favoráveis, é preciso visão empreendedora e liderança para mover a farmácia na direção dos serviços.

 

Sentido de servir

 

Para ser profissional da saúde tem que gostar de gente. Se o farmacêutico não sente nada quando, por meio do seu trabalho, melhora a saúde e a vida de alguém, precisa repensar sua vocação. Servir não significa ser subserviente. Significa compreender e respeitar a grandeza de um ser humano trabalhando por outro ser humano. É uma atitude. É o coração daquilo que chamamos cuidados farmacêuticos.

 

Este é o primeiro passo. Investir tempo e energia na contratação do profissional. Para concluir compartilho uma frase que é atribuída ao alemão Peter Schutz, CEO da Porsche nos anos 80: “Contrate caráter, treine técnica.”  

 

Muito mais difícil do que se treinar para a técnica, é passar valores. Acredito que o mais importante é encontrar pessoas que compartilham do mesmo propósito e dos valores da sua empresa.

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