A nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial é fruto de um trabalho conjunto entre a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), o Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DHA-SBC) e a Sociedade Brasileira de Nefrologia.
A publicação traz novas recomendações para o diagnóstico e tratamento da hipertensão arterial sistêmica.
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença com alta prevalência em todo o mundo e está fortemente associada a mortes por doenças cardíacas.
No Brasil, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte, hospitalizações e atendimentos ambulatoriais.
Apesar de fácil diagnóstico e tratamento eficaz com diversas possibilidades terapêuticas, a doença frequentemente assintomática dificulta a adesão aos cuidados, tornando o controle da HAS difícil em todo o mundo.
A pressão arterial deve ser medida em toda avaliação por profissionais da saúde capacitados.
Nesse contexto, o farmacêutico, como um profissional de saúde habilitado e capacitado, pode oferecer esse serviço na farmácia e fazer o acompanhamento de pacientes hipertensos.
Para isso, ele deve sempre estar atento às novas recomendações divulgadas em publicações de referência, como é o caso da Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial.
Pensando nisso, destacamos as mudanças da nova diretriz para você conferir neste artigo.
Mudança na classificação da pré-hipertensão
Com a nova diretriz, a pressão arterial (PA) antes considerada normal passou a ser considerada ótima e os valores que eram considerados na definição de pré-hipertensão passaram a ser divididos entre PA normal e pré-hipertensão.
A pré-hipertensão agora é definida por uma pressão arterial sistólica (PAS) entre 130 e 139 mmHg e/ou pressão arterial diastólica (PAD) entre 85 e 89 mmHg.
Portanto, as classificações da pressão arterial de acordo com medição no consultório ficaram:
Classificação | PAS (mmHg) | PAD (mmHg) |
PA ótima | <120 | <80 |
PA normal | 120-129 | 80-84 |
Pré-hipertensão | 130-139 | 85-89 |
HAS Estágio 1 | 140-159 | 90-99 |
HAS Estágio 2 | 160-179 | 100-109 |
HAS Estágio 3 | ≥180 | ≥110 |
Fonte: Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial (2020)
É importante ressaltar que a faixa dos valores de PA normal não são considerados ótimos e deve ser acompanhada mais de perto.
Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA)
A MRPA é uma modalidade de medição realizada com protocolo específico que consiste na obtenção de três medidas da PA pela manhã (antes do desjejum e antes da tomada da medicação) e três medidas à noite (antes do jantar) durante cinco dias ou na obtenção de duas medidas pela manhã e à noite durante sete dias consecutivos.
Os valores de referência para MRPA mudaram e a nova diretriz considera hipertensão arterial quando os valores são maiores ou iguais que 130/80 mmHg, enquanto na Diretriz de 2016 os valores de referência eram 135/85 mmHg.
Metas terapêuticas
A nova diretriz enfatiza a importância de determinar o risco cardiovascular do paciente (a partir da estratificação de risco) para estabelecer as metas pressóricas a serem obtidas com o tratamento anti-hipertensivo.
Confira as metas pressóricas de acordo com o risco cardiovascular:
META |
Risco baixo ou moderado |
Risco alto |
PA sistólica (mmHg) |
<140 mmHg |
120-129 mmHg |
PA diastólica (mmHg) |
<90 mmHg |
70-79 mmHg |
Fonte: Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial (2020)
Metas pressóricas para idosos
Na nova Diretriz, os idosos são divididos em dois grupos conforme seu estado global de saúde: hígidos e frágeis.
Confira as metas de tratamento para idosos considerando a condição global de seu estado de saúde e a medida da pressão arterial no consultório:
| PAS de consultório | PAD de consultório | ||
Condição global | Limiar de tratamento | Meta pressórica | Limiar de tratamento | Meta pressórica |
Hígidos | ≥140 | 130-139 | ≥90 | 70-79 |
Frágeis | ≥160 | 140-149 | ≥90 | 70-79 |
Fonte: Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial (2020)
Tratamento medicamentoso
Em relação ao tratamento medicamentoso, a monoterapia passou a ser indicada apenas para pré-hipertensos com alto risco cardiovascular, para pacientes muito idosos ou idosos frágeis e para pessoas com HAS estágio 1 com risco cardiovascular baixo.
Dessa maneira, o início do tratamento com terapia combinada é indicado para pacientes com HAS estágio 1 de risco moderado ou alto, pacientes com HAS estágio 2 e 3.
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Aplicando o conhecimento
Agora que você já leu sobre as mudanças estabelecidas com a nova Diretriz Brasileira de Hipertensão, lembre-se delas no momento em que estiver fazendo o acompanhamento de um paciente hipertenso ou realizando um rastreamento em saúde em sua farmácia.
Ajude a sua comunidade a cuidar melhor da saúde! Ser um hub de saúde significa tornar mais fácil o acesso ao acompanhamento diário da saúde e assistência primária para doenças crônicas.
Você pode marcar um retorno com os pacientes hipertensos, avaliar as metas terapêuticas e acompanhar mais de perto os pré-hipertensos.
E caso ainda não ofereça esse serviço em sua farmácia, estamos aqui para ajudar você a começar.
Confira como em nosso site: https://clinicas.clinicarx.com.br/planos.
Juntos, podemos fazer a diferença na vida das pessoas e combater a hipertensão!