Na última quinta-feira, dia 13/05, o Ponto Focal do Regulamento Sanitário Internacional do Brasil, através do International Health Regulations (IHR), recebeu a confirmação de casos da variante da Índia e da África do Sul no território argentino.
O Ministério da Saúde da Argentina confirmou o diagnóstico e presença dessas duas variantes através do sequenciamento de variantes prioritárias em três viajantes: dois casos são variantes B.1.617.2 e B.1.617.1 (originalmente da Índia) e o terceiro se trata da variante B.1.351 (originalmente da África do Sul).
A variante B.1.617, detectada pela primeira vez na Índia, tem três versões, com pequenas diferenças entre elas, identificadas como: a B.1.617.1, a B.1.617.2 e a B.1.617.3.
Essa variante é considerada pela Organização Mundial da Saúde como uma das variantes de preocupação global.
Ela tem mobilizado pesquisadores para desenvolver estudos e produzir mais informações sobre essa variante por ter sido apontada como uma das principais responsáveis pela segunda onda do novo coronavírus que tem provocado recorde de mortes na Índia e por haver indícios de que ela atenua as respostas de anticorpos.
A variante detectada pela primeira vez na Índia também foi relacionada com o aumento de casos de COVID-19 entre pessoas não vacinadas no Reino Unido.
Risco para o Brasil
Até o momento, a variante B.1.617 não foi confirmada no Brasil. No entanto, a detecção dessas variantes em um país que faz fronteira com o Brasil serve de alerta para municípios e estados brasileiros, principalmente do Sul do país.
Um dia após a confirmação dos casos das variantes na Argentina, o estado do Paraná divulgou um alerta (Alerta CIEVS Nº2 – 14/05/2021) informando o risco e propondo condutas de alerta.
Condutas de alerta
- Ampliar e fortalecer a vigilância da COVID-19 em indivíduos com sintomas e/ou exames positivos de SARS-COV-2 que estiveram na Argentina nos últimos 15 dias;
- Orientar a população para fortalecer as ações de prevenção e controle da COVID-19, mantendo a etiqueta respiratória, utilizando máscaras, realizando a higiene das mãos, evitando aglomerações e, em caso de sintomas, procurar unidade de saúde para atendimento clínico, testagem e indicação isolamento;
- Recomendar que as viagens não essenciais para as áreas onde foram detectadas a variante indiana sejam evitadas.
- Detectar, acompanhar e isolar os viajantes, com especial atenção aos caminhoneiros sintomáticos ou caminhoneiros que vierem a adoecer nos 14 dias subsequentes do retorno ao Brasil.
- Rastrear contatos dos viajantes doentes ou que vierem a adoecer nos 14 dias subsequentes do retorno ao Brasil.
- Indagar, nos serviços de saúde, quanto à ida do paciente às áreas onde foram detectadas novas variantes ou o contato com pessoas provenientes de tais locais.
As medidas de cuidado devem continuar
Mesmo com a vacinação da população acontecendo no Brasil, as medidas devem continuar, inclusive entre as pessoas que já receberam a vacina, porque apenas cerca de 8% da população brasileira está completamente vacinada.
As medidas são: lavagem frequente das mãos, uso de máscara, distanciamento físico, evitar lugares lotados e ambientes fechados.
“Estaremos todos seguros apenas quando todos estiverem seguros.”